À primeira vista, é um livro policial - mas, como os bons romances policiais, é também um painel social, onde gente brasileira se debate entre o crime e a decência, entre o isolamento e a comunidade, entre a covardia e a cidadania.
Romance Policial – Literatura Nacional | Editora Record | 333 páginas | Skoob | Compre: Saraiva • Submarino | Classificação ✩✩✩
Eaí pessoal ! Hoje vim trazer uma resenha de um dos
livros da Maratona de Agosto, que é O caso da Chácara Chão. Eu vi esse livro
uma única vez no canal da Pam Gonçalves que ela tinha recebido e quando o vi na
biblioteca da minha escola peguei pra ler. Eu não sabia muito sobre o que se
tratava, mas eu tenho uma mania de ler livros não importando o gênero ou sobre
o que fala (menos Terror). Eu leio para depois tirar minhas próprias
conclusões, tanto que só leio resenhas depois de ter lido o livro, já que ler
um post resenha é bem diferente que um vídeo resenha por ter mais detalhes. Pelo
menos pra mim, eu acho isso.
Bom, indo para a história do livro que se
passa em Londrina, o personagem Alfredo Manfredini é um escritor de livros
juvenis ex-exilado, que decide sair da cidade grande em busca de paz e
tranquilidade em uma chácara junto com sua esposa Olga Filipov, seu enteado
Paulinho e sua filha Verali. Em um Domingo de Carnaval, ele e sua mulher são
surpreendidos por dois assaltantes armados, um mulato humilde e um brando rico,
ambos drogados, procurando por jóias e dólares. No meio da situação os bandidos
fogem logo depois que Manfredini usa seu facão para se defender do assaltante
mulato.
A polícia chega rápido e consegue pegar os dois assaltantes no meio do
caminho, mas sem as jóias e também a arma que carregavam. Com isso o delegado
ouve duas histórias, a primeira de um assalto na chácara contada por Manfredini
e a segunda sobre os dois invasores terem sido convidados por Olga ~por serem amantes
dela~ contada pelos dois assaltantes acusando ainda Manfredini de agressão e
tentativa de homicídio. As coisas demoram para se resolver, a polícia
e os vizinhos acreditam no que os jornais publicam já que o caso do Homem do
Facão vira notícia. Com a demora da comprovação do caso, os advogados sugerem
retirar a queixa e a busca da dignidade do casal segue durante um bom tempo por
outros meios.
O
autor Domingos Pellegrini vive na Chácara Chão e pelo que vi a história é
baseada em fatos reais com acontecimentos que ele vivenciou.
Uma coisa que eu não gostei da edição é que os capítulos começavam na mesma folha logo quando acabava o anterior. Bem, eu sei que o livro é narrado em primeira pessoa, pelo Manfredini, e é meio como um diário de acontecimentos. Mas eu não gosto muito disso, para mim parece desorganizado o livro.
Outro ponto negativo é que o autor pecou com
a quantidade de detalhes no livro. Explicava muita coisa que não faria tanta
diferença se não tivesse. Teve muita explicação principalmente da Chácara em que
acontece a história toda, explicação de plantação e tipos de plantas, de frutas
etc. Talvez quem goste de chácaras, quem tem uma ou gosta de plantar e todo o
trabalho que dá cuidar de uma chácara, goste do livro. Mas como eu não sei
praticamente nada de chácaras e não sou acostumada a viver na natureza não fez
muito o meu estilo esse livro. Mas, apesar de ser falado muita coisa em relação
a chácara, eu achei legal já que meu pai gosta muito de chácaras e da natureza
em si, pois ele viveu a infância em lugares assim, e conta histórias e coisas
que só acontecem lá. Foi divertido lembrar de histórias que meu
pai contava e conta até hoje, lendo esse livro.
O suspense principal demorou muito para se desenrolar,
pois o autor se perdia em acontecimentos passados tanto do assalto quanto na
vida da personagem e da família antes do ocorrido. Já a história em si gostei
bastante. Gostei do suspense pra saber como tinha sido o assalto e qual tinha
sido a visão dos personagens dos acontecimentos. Foi muito realista a relação
do povo diante de todos os aspectos como a corrupção, diferenças sociais, a
violência, burocracia e diante do crime cometido.
Os personagens achei bem
construídos, até mesmo os animais de estimação hahaha. O Manfredini é aquele
personagem bem calmo na dele quando as coisas estão ocorrendo como ele
planejou, mas quando acontece algo errado e alguém irrita ele... sai de perto que
ele se estressa e vira “o bicho”. O que ele mais queria era tranquilidade e em
uma chácara, cuidando dela e escrevendo seus livros não seria tão difícil. Mas
deu no que deu, foi assaltado, virou celebridade e ainda teve que aguentar
barulho de coisas que não eram pra ter em um lugar que era para ser tranquilo.
Eu achava a Olga meio chata por toda hora se irritar com algo, mas eu entendia
ela, não acreditava que a versão dos fatos dita pelos assaltantes fosse
verdade, e é normal a pessoa ficar nervosa diante de uma situação daquelas. Logo depois quando o Manfredini
conta sobre como os dois se conheceram eu achei ela mais interessante. A Verali
era a inocência do livro, pois ela era uma criança crescendo em uma chácara e
diante de tudo o que estava acontecendo ela entendia do jeito dela e confortava
a família. Paulinho, o enteado de Manfredini, era simplesmente o adolescente na
fase rebelde, mas ele chegou a me surpreender no final. E a família Filipov era
tão mesquinha ao ponto de apontar os erros de Manfredini, mas quando eles
erravam não queriam adimitir. Os outros personagens foram bem construídos, cada
um tinha uma função, da pra saber claramente ao longo do livro. O problema é
que são muitas personagens mesmo. Da pra dividir entre: a família da Chácara
Chão + a família Filipov ; as pessoas da comunidade, os vizinhos ; a PM, delegado
e advogados; os assaltantes + a família do assaltante mulato ; e amigos do
Manfredini.
Diante de todos os aspectos do livro eu dei
3 estrelas, pois pra mim se tirasse explicações do livro sobre a chácara dava
pra diminuir bastante a quantidade de páginas e não ficaria tão massante a
leitura. E também o tamanho dos capítulos que não fiquei muito à vontade,
porque cada capítulo tinha um tamanho. Tinha capítulos com umas cinco páginas e
capítulo com meia página.
As 3 estrelas foi pelo enredo mesmo e pela
construção das personagens que achei bem elaborado.
Chácara Chão não foi um livro de aprendizado pra mim por não ter me acrescentado nada do que eu já não sabia. Mas ele é interessante para exatamente lembrarmos de coisas da vida em que às vezes esquecemos, ou estamos mais preocupados em outras coisas que não prestamos atenção no que acontece realmente em nossa sociedade.
Eu amei. É tudo que vivi na infância. As bananeiras para hidratar a terra dura, a postagem de adubos, o chão coberto de folhas secas.... não tem preço
ResponderExcluir